Os celtas se destacaram dentre todos os povos europeus por suas crenças espirituais. Convictos da imortalidade e da reencarnação, iam para as batalhas como para uma festa, sem temer a morte, que sabiam não existir. Seus sacerdotes, os druidas, possuíam conhecimentos iniciáticos elevados sobre a evolução da alma, os planos da existência, os astros e o Cosmo, que coincidem com a tradição da Sabedoria Oculta, inclusive na concepção do Deus único e da Lei do Carma. Não por acaso povoaram a Gália, e nela deixaram as sementes profundas dessas crenças, as energias imponderáveis de seus ritos sagrados, e a tradição mediúnica de suas sacerdotisas afeitas ao contato com o Além. Era a preparação para a futura chegada do espiritismo, cujos primeirosseguidores foram, na França, os antigos adeptos da doutrina céltica, que já traziam na alma a convicção das Leis Eternas que a doutrina dos espíritos veio restabelecer. Também por isso o Codificador adotou seu antigo nome druídico de Allan Kardec – odruida-chefe, pontífice máximo de um povo.