A doutrina secreta, mãe das religiões e das filosofias, adota aparências diversas no decurso das épocas, mas em toda parte sua base permanece imutável. Nascida na Índia e no Egito, daí passa ao Ocidente com as vagas migratórias. Iremos encontrá-la em todos os países ocupados pelos celtas. Na Grécia, oculta nos Mistérios, ela se revela nos ensinamentos de mestres como Pitágoras e Platão, sob formas cheias de atração e de poesia. Os mitos pagãos são como um véu dourado que recobre em suas pregas as linhas puras da sabedoria délfica. A Escola de Alexandria recolhe seus princípios e os infunde no sangue jovem e ardente do Cristianismo. O evangelho, como a abóbada do bosque sob um raio de sol, foi iluminado pelo conhecimento esotérico dos essênios, outro ramo de iniciados. A palavra do Cristo bebeu dessa fonte, como de uma água viva e inesgotável, suas imagens variadas e poderosas. Assim, por toda parte, através da sucessão das eras e do turbilhão dos povos, permanece a existência e a continuidade de um ensinamento secreto, que se encontra idêntico no fundo de todas as grandes concepções religiosas ou filosóficas. Os sábios, os pensadores, os profetas de épocas e países os mais variados nele encontraram inspiração, e a força que faz realizar grandes feitos e transforma almas e sociedades, impelindo-as para a frente no caminho da evolução.