O homem é o seu próprio juiz, no aquém e no além. Ninguém lhe pede contas do que fez, mas ele mesmo se defronta com a imagem do que foi e do que é. Essa a infalibilidade da Justiça Divina. O Tribunal de Deus está instalado na consciência de cada um de nós e funciona com a regularidade absoluta das leis naturais. Não somos julgados por nenhum tribunal sobrenatural, mas pela nossa própria consciência. Daí a fatuidade dos julgamentos religiosos, das indulgências e sacramentos. Deus, o Existente, partilha conosco as provas existenciais. E é dentro de nós, em nossa consciência, em nosso íntimo - sem que tenhamos a mínima possibilidade de fuga ou desculpas mentirosas -, que somos julgados. Mas a Justiça de Deus se é rigorosamente precisa, é também revestida de misericórdia.