Inúmeros trechos evangélicos se demoram no terreno da obscuridade porque suas traduções sancionam a cultura imposta milenarmente por religiões convencionais, induzindo a improcedentes raciocínios. Atribuindo vida eterna às palavras de Jesus, compreende-se não existir frase sua que não encerre significativa lição, ainda que temporariamente oculta sob o véu de dogmas e sacramentos, a que se reduziu o Cristianismo. Simbolicamente rasgado, sob o imperativo da conscientização a que o Evangelho conduz (Mateus, 27:51), o véu do templo ou da religião — emblema da cultura conservadora — vem a ser remendado após três séculos, impondo-se, de Constantino, em 313, à Codificação, em 1857, elegendo, entre outros, o dogma do sono eterno, que decreta a morte a todos os seres. Apodrecido sob o imperativo do tempo e da maturidade espiritual de alguns seres, o véu deixou de prevalecer. A mediunidade restabelece a comunicação com os Espíritos, e o pensamento do Cristo consagra sua pureza de origem.