Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. (Jo, 14:23)
Há muito tempo queria que viajasses comigo pelas moradas celestiais.
Não as do espaço sideral. Não aquelas que os olhos contemplam.
Seu grande número me enfastia.
Adentremos os núcleos espirituais que existem no próprio ser humano.
Talvez os conheças pela alcunha de chacras.
Começaremos nossa expedição pelo primeiro de todos: os pés.
Modestos, serviçais. Quem diria: instrumento de integração e cidadania!
Subiremos devagar e encontraremos os genitais. Seremos recebidos com grande prazer, e veremos que criamos a nós mesmos em parceria com Deus.
E que o masculino se caracteriza pelo eu e identidade, enquanto o feminino manifesta-se por meio do nós e das relações.
No plexo solar, depararemos com dinamismo incessante que mantém a vida eterna e abundante.
O coração nos conduzirá à formosura do amor – por Deus, por mim e pelo outro.
A laringe nos permite entrar em contato... De que valeria viver sem me comunicar?
O cérebro prepara-nos excelente banquete de raciocínio. Aqui eu descortino juízo e ciência, filosofia e arte.
A intuição nos mostrará a evolução de cada morada na seguinte e nos guiará pelos tesouros da síntese, desvendando como o Criador é Totalidade e, simultaneamente, Absoluto e Relativo, além do motivo pelo qual, Humilde, Ele também Se submete à Sua própria Lei.
Vem. Conheçamos, juntos, as internas estâncias que o Senhor multiplicou de Si mesmo em cada filho.
Vem, dá-me tua mão.
O Pai vive em nós – fica tranquilo!
Caminhemos de olhos e corações abertos.
Pensa comigo: deixaria Deus de fazer nos Próprios filhos a Sua morada?