“Qual homem, nas horas de silêncio e de recolhimento, jamais interrogou a natureza e seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo?”, pergunta Léon Denis, ao início desta obra. Sua resposta é um texto que alia à profundidade dos conceitos a clareza do raciocínio, e cujo tom filosófico é temperado pela sensibilidade poética do autor, o maior vulto do espiritismo nascente depois de Kardec. O que importa ao homem saber, acima de tudo, é o que ele é, de onde vem e para onde vai. E é discorrendo sobre as leis universais, os destinos do ser humano, as revelações consoladoras que os fenômenos psíquicos trouxeram, que Léon Denis oferece ao leitor uma resposta definitiva. Tratando, com um texto filosófico claro e ameno, da existência da alma, o materialismo, a harmonia do Universo, as vidas sucessivas, as provas experimentais da sobrevivência, ele tece um raciocínio incontestável e ao mesmo tempo sedutor por sua sensibilidade. E declara: “É a vós, ó meus irmãos e irmãs em humanidade, a vós todos que o fardo da vida curvou, a vós que as ásperas lutas, as preocupações, as provas acabrunharam, que dedico estas páginas. É em vossa intenção, aflitos, deserdados deste mundo, que as escrevi. Coloquei nelas o fruto de minhas vigílias, minhas reflexões, minhas esperanças, tudo o que me consolou, sustentou em minha caminhada cá embaixo. Possais vós aí encontrar alguns ensinamentos úteis, um pouco de luz para aclarar vosso caminho”.