Esse é um livro escrito pela Mãe Flavia Pinto de hoje, onze anos depois de seu primeiro livro. Uma matriarca que compreende seu papel social como sacerdotisa, como socióloga e como, acima de tudo, líder de um quilombo urbano.Ciente das vulnerabilidades das religiões afro-brasileiras – que não possuem um órgão federativo qualificado que lhe ofereça, no mínimo, base para uma formação histórica, filosófica, teológica, jurídica, administrativa, ambiental, constitucional e ética que possibilite à(ao) dirigente o desenvolvimento de uma gestão sustentável da organização religiosa –, a autora pretende fornecer embasamento para nossa luta externa contra o racismo religioso e interna contra o intrapreconceito que compromete nossa unicidade e nossa percepção como “povos de terreiro”.Para tanto, este livro está mergulhado na sabedoria milenar e no legado ancestral das culturas africanas e indígenas e, consequentemente, é chave na luta antirracista e na descolonização do pensamento euro-cristão entranhado na Umbanda.Esta é uma obra que pretende colaborar com a formação das(os) sacerdotisas(otes) à frente dos terreiros afrorreligiosos, bem como seus filhos de orixá, oferecendo-lhes bases teológicas, filosóficas, sociológicas, históricas, jurídicas e administrativas iniciais para uma boa gestão de suas casas e uma vivência mais consciente da religião. Bem fundamentados, teremos condições de defender nossa liberdade religiosa e nosso direito de existir como descendentes dos povos africanos e indígenas. Axé!